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O espaço das pequenas coisas

O espaço das pequenas coisas

30
Mai21

Quem casa, casa com a família

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Antes do Príncipe entrar na nossa família, o namorado de longa data da minha prima e amigo do meu Príncipe, desde logo fez o aviso: “tu não te inibas, pá! Tens que beber a sério!”. Claro que o discurso foi muito mais enfático e numa linguagem que não poderia reproduzir.


Quando o meu Príncipe entrou para a nossa família, no primeiro almoço de família não se inibiu de facto. Ficou mal disposto e um pouco zonzo. Mas foi aceite, coroado membro honorário da nossa família.


Passou a participar nos jantares de primos, nos almoços com os Padrinhos, nos aniversários e funerais. Em tudo o Príncipe pertence à nossa família.


À medida que íamos participando nas famílias um do outro, começamos a reparar nas peculiaridades de cada família, consequências das vivências familiares e únicas. A maneira como sempre cantamos os parabéns como o meu Avô cantava, a simplicidade com que dividimos as férias na casa de praia.


Da mesma forma, quando um casamento acaba, acaba também uma família. Todas as vivências são varridas da memória colectiva da família porque obviamente, no limite, os nossos de sangue são os nossos.


Mas as memórias ficam com cada um, as cervejas ao fim da tarde, os jogos de futebol, a delicadeza e bondade. Os casamentos acabam, as famílias separam-se mas as memórias perduram dentro de nós e através da próxima geração.

26
Mai21

Kit de Sobrevivência - James Dowler

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Na semana passada continuava a sentir-me com pouca energia e, tendo feito análises e, portanto, esgotado todas as hipóteses, decidi começar a meditar todas as manhãs. Apesar de meditar há muito tempo, a verdade é que não sou tão diligente como gostaria. Depois de todas as últimas notícias, precisava mesmo de uma pausa.

 

Como o caro leitor estará, por esta altura, cansado de saber, sou subscritora da aplicação Deliciously Ella, onde encontro a maior parte das receitas que cozinhamos cá em casa, faço aulas de yoga ou pilates e, por fim, medito.

 

Nem de propósito, os fundadores lançaram um novo vídeo de breathwork com James do Breathe with James. Não sabia muito sobre esta prática de meditação, mas parecia-me importante. Frequentemente sentia-me sem fôlego, mesmo parada. Se me enervava com algum assunto, sentia o meu coração a acelerar. Sem grande fé, devo confessar, decidi experimentar.

 

A aula deve ser feita logo de manhã para acordar o corpo e controlar a respiração. Numa série de exercícios, respiramos de diferentes formas e intensidades, terminando com uma respiração calma. Além da voz do James ser extremamente calmante, os exercícios fazem todo o sentido.

 

A verdade é que, ao fim de 7 dias, posso dizer que me sinto muito mais calma, tenho maior controlo sobre a minha respiração e consigo gerir melhor a minha energia. Se me sinto muito cansada, paro 5 minutos e simplesmente foco-me na minha respiração. Da mesma forma, se tenho alguma tarefa que preciso mesmo de terminar, respiro de uma forma energética e, após alguns segundos, parece que sinto um novo impulso de energia.

 

Não sei que bruxaria é esta, mas lá que resulta, resulta. Vou continuar, quem adere ao desafio comigo?

23
Mai21

Luz ao fundo do túnel (só que não)

 

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Fotografia: Bernat Armangue

 

O terror em Gaza é impossível ignorar por muito que muitos queiram. É impossível ignorar as imagens, as histórias, a dificuldade em encontrar palavras. Como escreveu Pedro Candeias, Editor do Expresso, é um “Meridiano de sangue”, causado por motivações políticas, mas também religiosas, que se destina a uma questão de poder.   

 

Continuo descrente no cessar-fogo, porque sabemos que esta guerra tem tantos anos como eu neste Mundo. A falta de condições sanitárias é gritante e as declarações do Oeste ineficientes.

 

Como se não fosse suficiente, chegam-nos imagens de refugiados e migrantes que nadaram pelas suas vidas para chegar a uma Europa que lhes vai fechar a porta.  As imagens de uma voluntária a consolar um dos sobreviventes são desoladoras, no entanto, o conflito continua, conseguimos ver atrás os militares a gritar com os sobreviventes.

 

É difícil olhar para as pequenas coisas quando estas Grandes Coisas gritam pela nossa atenção, pela nossa vigilância, pela nossa intervenção por minúscula e quase invisível que seja. Mas, caro leitor, todos temos um papel a desempenhar nestas lutas pelo poder em todo o mundo. Temos de permanecer vigilantes, exigir melhores políticos, ajudar as organizações humanitárias e nunca desistir.

19
Mai21

Kit de Sobrevivência XXXII - Prince Harry, The Duke of Sussex

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Na semana passada o Príncipe Harry deu uma entrevista ao podcast “Armchair Expert with Dax Shepard”. O Duque de Sussex é apresentado como um ativista da saúde mental, investidor e produtor. O objetivo da entrevista seria promover a série, produzida pel’O Duque de Sussex e Oprah, "The me you can't see" que se foca no tema da saúde mental.

 

Este novo investimento de Harry fez-me refletir sobre como as nossas causas mudam durante as diferentes fases da vida. Já aqui escrevi sobre a minha primeira aventura no mundo do ativismo, os "Os Verdes da Terra" aos 8 anos com a minha melhor amiga.

 

Ao longo da minha vida, fui vendo diferentes necessidades e a oportunidade de intervir, ainda que de forma simples. Quando comecei a estudar descobri que há muitos anos tentavam criar uma associação de estudantes do meu curso, por isso senti que podia ajudar. Na mesma altura, na cidade onde estudava, envolvi-me numa associação de cidadania ativa, depois de um inquérito na rua sobre o que faltava na cidade. Mais tarde, estive envolvida noutras associações, apesar de estar sempre a correr de um lado para o outro.

 

A questão é esta, sentir que ajudamos alguém é viciante. É um acto absolutamente egoísta, a adrenalina de nos sentirmos úteis. É por isso que ser ajudado nem sempre é fácil e por isso sinto uma gratidão absoluta por todas as pessoas que me ajudam no meu dia-a-dia e todas as que me ajudaram até chegar aqui. A si, caro leitor, que me ajuda e incentiva na minha paixão de escrever.

16
Mai21

O SILÊNCIO ENSURDECEDOR A OESTE

 

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Fotografia: Mohammed Salem/REUTERS

 

Continuam os bombardeamentos na Faixa de Gaza ou como escreveria um jornalista talvez já imune à desumanidade das atrocidades cometidas, “tem escalado o conflito na Faixa de Gaza”.

 

Até ontem, segundo o Público, morreram 122 pessoas na Faixa de Gaza, incluindo crianças e um cidadão libanês a Norte. Segundo a Agência da ONU para refugiados, centenas de pessoas procuraram abrigo em escolas em Gaza.

 

O silêncio ensurdecedor da União Europeia e dos Estados Unidos é obsceno.

 

Na Cisjordânia, área altamente polarizada, foram registados 8 mortos em confrontos, segundo o Ministério da Saúde Palestiniano.

 

Quando questionado sobre os confrontos, o Presidente Biden considerou que “não houve uma reação excessiva significativa” de Israel contra a Palestina. 122 “almas”, expressão que o Presidente Joe Biden usou no ataque em Indianapolis.

 

Será que ninguém ouve o impacto da explosão? Estamos tão absorvidos que não nos diz nada esta perda tremenda de vidas por causa de um conflito com décadas? A quem beneficia este conflito?

 

O silêncio a Oeste é ensurdecedor. Até quando?

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