Santos da Casa não fazem milagres ou O dia mais longo do ano
No dia mais longo do ano, que marca tradicionalmente o fim da Primavera, choveu e trovejou como se as estações se recusassem a dar lugar umas às outras e, de repente, estivéssemos presos no Inverno.
Ao mesmo tempo, os casos de covid continuam a aumentar a um ritmo dramático, o que impediu os arraiais, os balões e as sardinhas nos Santos Populares.
Apesar da célere vacinação, nada parece suficiente para fazer face a esta pandemia e a paciência começa a esgotar. Tal como o tempo se recusa a dar lugar ao Verão, o “bicho” parece infiltrar-se em muitas áreas da nossa vida: nas relações porque não podemos abraçar-nos, no trabalho porque nunca vemos o Outro, nos sonhos porque o futuro parece tão distante. E, no entanto, o tempo passa, as semanas transformaram-se em meses e cá estamos um ano e meio depois.
Creio que nestas alturas o melhor é desligar. O telefone, as notícias, as notificações de email, as obrigações e parar para respirar. Não sei quanto ao caro leitor, mas pessoalmente, gosto de passear à beira-mar, dar um mergulho no mar, refrescar as ideias. Ainda que tudo se mantenha na mesma, eu torno-me diferente. A minha paciência retorna, a minha tolerância é reforçada e a minha compaixão é renovada.
Assim, este fim-de-semana, encontro-me off. Nunca totalmente porque continuo a ler e a escrever, mas isso será o tema de uma próxima crónica!