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O espaço das pequenas coisas

O espaço das pequenas coisas

28
Nov21

Um psicoterapeuta (in)comum

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Há uns dias comecei a ver “The Shrink Next Door” (Apple+) e que delícia de dark humor. A série de 8 episódios e protagonizada por Will Ferrell e Paul Rudd (eleito o homem mais sexy do mundo pela revista People), acompanha a relação pouco ortodoxa de Marty (Ferrell) e Dr.Ike (Rudd). Uma relação que começa por ser de psicoterapeuta-paciente e que rapidamente evolui para uma relação de contornos pouco claros, com momentos vulneráveis, outros cómicos e outros pouco éticos.

 

Foi num desses momentos vulneráveis, que Marty vê-se confrontado por Dr.Ike com a sua própria mortalidade e com o seu papel patriarcal na família. Embora a observação seja evidente perante a morte de um Pai, não pude deixar de pensar os diferentes papéis que vamos ocupando na família.

 

Quando nascemos, entramos logo numa estrutura pré-estabelecida que estabelece um modelo sobre a forma como o mundo funciona. Depois os anos passam e vamos tendo as nossas próprias experiências, primeiro com a socialização de pares no jardim de infância, depois com a escolaridade, a adolescência e os desafios da individuação/separação dos pais e consequente criação de um paradigma do mundo único e individual. Mais tarde, se tivermos sorte, o nosso paradigma e transformado pelo amor e assim nasce um novo paradigma: um filho ou uma filha. Se tivermos sorte, muito mais tarde, a nossa visão do mundo é mais uma vez alterada quando morrem os nossos Pais e cabe-nos então ocupar o papel de matriarca ou patriarca.

 

Os espaços interessantes são entre etapas, quando estamos no processo de uma etapa para outra. Embora possa parecer-nos quase impossível essa transição, pela dor que inerentemente traz, a verdade é que já chegámos até aqui. E por isso continuamos a caminhar.

 

VER NO SOFÁ

Além da supracitada The Shrink Next Door (Apple +), uma das séries mais bonitas a que assisti há muitos anos chamada Babies (BBC), parece estar a ser “replicada” na nova série documental Babies (Netflix), permitindo observar o desenvolvimento de bebés de todo o mundo. Um mundo fascinante para quem é curioso sobre como funcionamos.

 

O cinema está ao rubro e eu mal posso esperar para ver o muitíssimo antecipado Mães Paralelas (Pedro Almodóvar) que conta a história de duas mais que dão à luz no mesmo dia e o que significa ser Mãe e os seus múltiplos papéis.

21
Nov21

Como um rio

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"O homem sábio é como um rio que segue o seu caminho rumo ao mar. Quando as margens se estreitam ele aprofunda, quando elas se alargam ele espraia. Em qualquer situação, ele segue o seu caminho inexoravelmente rumo ao mar."

Provérbio Indiano

 

OUVIR COM CALMA

Embora já tenha uma semana, o evento New York Times Deal Book é imperdível. Pode ser (re) visto no website do NYT.

Outra descoberta desta semana foi o programa A ronda da noite (Antena 2), particularmente o episódio sobre os 200 anos do nascimento de Dostoiévski. Cada vez mais aprecio a genialidade e singularidade das observações absolutamente atuais do escritor russo.

 

 

14
Nov21

Quem muda, Deus ajuda

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A minha Mãe, que é uma enorme fonte de sabedoria, sempre nos disse “quem muda, Deus ajuda”. Não sei como adquiriu todo este conhecimento e intuição, certamente dispensou muitas horas a refletir sobre o que a rodeava.

 

Nas últimas semanas, com todos os eventos políticos, sociais, sanitários e económicos que temos vivido, senti-me a entrar numa espiral de catastrofização e medo do futuro. Há quem chame a isso ansiedade, há quem o veja como uma forma de sobrevivência. Em todo o caso senti que precisava de me afastar.

 

Por sorte, uma das minhas grandes amigas vive noutra cidade e pude visitá-la durante uns dias. Refleti muito durante esses dias, parece-me que ao sair da minha rotina deu-me uma perspetiva mais clara sobre mim e sobre o mundo. E, naturalmente, voltei às pequenas coisas e a sua importância. Gestos simples, como quando algum amigo me envia uma mensagem a perguntar como estou são tão grandes para mim e podem ser insignificantes para outra pessoa. Da mesma forma, coisas que negligencio podem ser muito importantes para outros. Cada um tem a sua perspetiva, a sua forma própria de viver, o seu modus operandi. No fundo, a maioria de nós dá o seu melhor.

 

Também me apercebi de que “o jardim do vizinho parece sempre melhor”. E frequentemente é atingido pelas mesmas pragas, o mesmo Sol, o mesmo granizo, a mesma chuva. Tudo depende da importância que damos a nós mesmos, às nossas pequenas coisas que dão significado ao nosso dia.

 

 

LER DEVAGAR

Por falar em quotidiano, que delícia tem sido ler Amor e desejo na vida conjugal  (Editorial Presença) de Esther Perel. A autora, psicoterapeuta e educadora, põe a nu as relações conjugais, a intimidade, a sexualidade.

 

 

OUVIR COM CALMA

Durante alguns meses o ex-Governo Sombra era repetitivo e cansativo, mas com a mudança para SIC e a batalha legal, o programa com Carlos Vaz Marques, Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia e João Miguel Tavares parece ter ganho novo fôlego e tem-me acompanhado em formato podcast.

E, por falar em reflexões, não podia deixar de mencionar o podcast Philosophize This! com uma vastidão de temas, desde a Filosofia clássica a autores mais controversos. Um programa provocador e interessante.

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