O melhor de 2021 - Livros
Este ano, para O Espaço das Pequenas Coisas, não foi o ano dos Livros. Talvez por ainda não termos retomado algum grau de “normalidade”, neste ano tive dificuldade em concentrar-me nas páginas de alguns dos melhores livros que li na minha vida. Assim, as palavras vão ficando suspensas entre a minha mesa-de-cabeceira e os meus sonhos…Deixo algumas sugestões do que li e do que gostaria de ter lido.
1. CALYPSO de David Sedaris
Num ano cheio de tensão política nos Estados Unidos e no mundo, agravamento das alterações climáticas e crise sanitária, esta coletânea de ensaios semi-autobiográficos ajudou a digerir os momentos de frustração e trazer algum humor para o meu dia-a-dia. Neste livro constam ensaios que detalham a vida familiar de Sedaris, desde a sua vida na Inglaterra rural com o seu “namorado” como gosta de enfatizar, até aos Verões em Miami Beach com os irmãos e Pai, sempre com um sentido de humor aguçado e auto-depreciativo.
2. ELIETE: A VIDA NORMAL de Dulce Maria Cardoso
A premiadíssima escritora portuguesa traz-nos a história de Eliete, uma mulher perfeitamente banal, com uma vida familiar banal, mas um mundo interior tão rico. No curso da vida, Eliete reflete sobre o marido, os filhos, o bairro, a sua infância e adolescência numa representação acutilante do que significa ser mulher.
3. O PRINCÍPIO DE KARENINA de Afonso Cruz
Como o caro leitor poderá saber, Afonso Cruz está entre os meus escritores preferidos. Esta história transporta-nos, permite viajar através do tempo e do globo, de gerações, da intergeracionalidade da nossa história pessoal. É difícil apresentar uma sinopse desta bela história sem revelar pormenores lindíssimos que Afonso Cruz nos traz sempre.
4. JESUS CRISTO BEBIA CERVEJA de Afonso Cruz
Esta história é particularmente bonita e pertinente neste ano em que não pudemos sair do nosso país com tanta facilidade. Avó e neta vivem numa aldeia do Alentejo, num ambiente seguro e contido. Quando a Avó fica doente, rapidamente a aldeia se disponibiliza a realizar o seu último desejo: ir a Jerusalém. Prova de que os Avós vivem sempre dentro de nós, na nossa memória.
5. O JOGADOR de Fiódor Dostoiévski
Por último, mas nunca o último, voltamos aos clássicos com Dostoiévksi. Neste romance intenso e autobiográfico, predomina a observação da alta-sociedade europeia e russa, a diferentes saisons no campo, na praia e nas grandes cidades europeias, as adições e o estilo de vida degradante da época, as relações familiares e românticas, uma sociedade longe da Era Pós-Digital mas relações perfeitamente atuais.