Kit de Sobrevivência XXIII - Meghan, The Duchess of Sussex
No dia 8 de Março celebramos o Dia da Mulher. A UN Women define a necessidade de celebrar este dia pelas seguintes razões:
1) Celebrar e refletir no progresso conseguido nos direitos das mulheres;
2) Um dia para exigir o fim da desigualdade de género.
A desigualdade de género é visível em todos os campos da nossa vida, enquanto mulheres: no trabalho, no acesso à igualdade salarial e à progressão da carreira; em casa, na distribuição do trabalho não-pago, i.e., tarefas domésticas, cuidado dos filhos; na educação dos filhos, no acompanhamento a consultas, na própria educação.
Algum progresso tem sido conseguido desde o tempo da minha Avó, mas a minha Avó já era a única mulher que usava calças na sua vila, não estudou porque gostava mais da vida social, pintava o cabelo de loiro e fumava o que era um escândalo numa pequena vila do Centro de Portugal.
A minha Mãe participou em movimentos estudantis na altura do 25 de Abril, fez dois cursos (num deles já estava grávida de mim), continua a estudar e trabalhar até hoje e é a pessoa mais independente que conheço.
No entanto, não é suficiente. Há ainda, em Portugal e no mundo, meninas e adolescentes, que querem estudar e não podem por motivos familiares ou financeiros, pela religião ou cultura, pela guerra ou desastres naturais, pela fome e pobreza. Isto é inaceitável. Tudo isto é inaceitável.
No mesmo dia, estreou a aguardada entrevista de Oprah aos Duques de Sussex. Ao ouvir Meghan, Duquesa de Sussex descrever o racismo e abuso que viveu senti-me zangada, chocada, triste e incrédula. Ninguém devia sofrer em silêncio.
Por isso, o meu desejo para este dia da mulher é que nos aceitemos por quem somos e não pelo que fazemos, que tenhamos a coragem de usar a nossa voz e criar oportunidades para as que vierem a seguir.