Prefiro ser feliz a ter razão
Há umas semanas, pela altura das eleições, dei por mim a ter uma discussão acesa com um grande amigo.
Ele defendia uma ideia que me parecia absurda, ridícula, completamente desligada da realidade, do nosso país como um todo, do mundo inteiro, de tudo o que possa existir.
Para defender o seu ponto, recorria a argumentos populistas e informações com graves lacunas, estatísticas manipularas, tudo valia. Eu, em contrapartida, apelava ao bom senso, refutava os argumentos com novas informações de organismos oficiais, história, ciência política, epistemologia. Quando dei conta, tinha passado uma hora.
De repente, dei por mim a perguntar “porque é que isto é tão importante para mim? Porque é que ter razão neste ponto é tão importante para mim? Porque é que ter razão é tão importante para mim?”. Parei por um momento, reflecti, desatei a rir! Pela primeira vez em muitos anos tinha alguém com quem discutir política como discutia com o meu Avô (não exatamente, mas era melhor do que nada).
Decidi que neste caso em particular, como em muitas discussões com o meu Avô, o melhor era deixar o meu amigo Francisco ganhar porque ele é divertido nas férias, é Gémeos como eu, tem um filho que é um amor e uma mulher espetacular com quem partilho tanto.
Talvez uma discussão não seja assim tão importante, talvez o melhor seja preservar a nossa amizade. E, como a minha Mãe me ensinou quando era uma jovem adulta: “prefiro ser feliz a ter razão”. Sempre gostei deste conselho, nem sempre é fácil segui-lo!