S.O.S. Racismo!
Há umas semanas quando saiu a reportagem da SIC “A Grande Desilusão” escrevi uma crónica sobre a proliferação da extrema-direita em Portugal. Não a publiquei porque, depois de ver a segunda parte da dita reportagem, tive medo.
Percebi que algumas das pessoas envolvidas no partido de extrema-direita português pertencem realmente a grupos organizados que cometem crimes de intimidação, tentativa de homicídio, crimes de ódio e atentado à integridade pessoal.
Esta semana passou no programa do James Corden “Late Late Show”, em estilo divertido americano uma entrevista com o Príncipe Harry, no qual explica porque saiu do Reino Unido. Quando James Corden lhe pergunta sobre a série “The Crown”, Harry responde que não tem nenhum problema com uma série baseada num período histórico, o seu desagrado começa quando alegados jornalistas publicam incessantemente histórias fabricadas para alimentar uma narrativa racista contra Meghan Markle, sem que a máquina do Palácio a proteja. E foi por isso que saíram da “Família Real”, não da família.
Também nesta semana, uma Professora minha, das pessoas com quem mais aprendi durante a minha vida académica, viu-se envolvida numa polémica por ter dito a seguinte frase “Cientificamente, não existe racismo de negros contra brancos”. Pessoalmente, penso que poderia ter sido dito de outra forma, apenas por ser fácil descontextualizar e banalizar o conhecimento científico em Psicologia.
O que penso que a minha Professora queria dizer, é que o racismo é um sistema, profundamente enraizado na nossa cultura e que historicamente beneficia os brancos em detrimento dos não brancos, particularmente dos negros. Pela nossa história, por termos sido mestres e termos não só escravizado negros, mas forçado a sua ida para a América em condições miseráveis, nós, portugueses brancos, somos o sistema.
Não sei qual será a utilidade de agora olhar 500 anos para trás à procura de respostas, mas não me cabe a mim fazer esse juízo de valor. O meu desejo seria manter a história e enriquece-la com mais factos sobre as conquistas dos negros e, particularmente das mulheres negras..
E, doravante, pensar e agir, sobre como podemos elevar os nossos irmãos negros? Especialmente as mulheres que são, segundo as sondagens da ONU, as mais desfavorecidas no mundo. Por um mundo sem medo, mais justo, mais igual.