Kit de Sobrevivência XXXV - Jane Austen
Como o leitor poderá saber, estou a ouvir a biografia de Barack Obama “A Promised Land”, lida pelo próprio.
É maravilhoso ouvir a voz do antigo Presidente relatar os eventos que levaram à sua candidatura e consequente Presidência dos EUA. O seu tom de voz calmo, a sua maneira de realmente escutar as questões, ponderar bem sobre a informação e responder de uma forma clara e objetiva são algumas das características que o tornam tão apelativo.
Além de parecer um homem bom, independentemente do seu nível de cansaço, Barack Obama conseguiu muito na sua Presidência, muito mais do que alguns de nós nos lembraríamos. Muito do seu legado foi construído nos bastidores da política, promovendo diálogos difíceis, nunca fugindo a questões quer do seu partido, quer dos eleitores e do Mundo.
Para mim, o que fica não é só o que Barack Obama fez, mas como o fez. O tom conciliador que definiu a sua Presidência, o olhar atento ao Mundo (mesmo em questões tão sensíveis como o genocídio em Myanmar). Em tudo, o Presidente agiu como um verdadeiro líder mundial, procurando consensos, tomando posições rígidas quando foi preciso, mas no geral sendo a voz da Paz. É por isso que, para mim, a atribuição do Nobel da Paz a Barack Obama nem era discutível. O período da sua Presidência foi, simultaneamente, o período de maior paz mundial e é tudo graças ao seu tom.
Nos últimos anos, frequentemente vem-me à memória a sua calma e delicadeza que só são, para mim, comparáveis às de Papa Francisco.