Kit de Sobrevivência X - Mahatma Gandhi
Há quase 8 meses deixamos de comer carne.
Não foi uma decisão do dia para a noite, nem foi tão radical quanto o leitor possa pensar. Não somos fundamentalistas (só no futebol, como diz a brincar o meu Príncipe).
Se pensar bem, foi uma coisa que foi acontecendo naturalmente. Primeiro, vieram os rumores de “estado de emergência” por isso tratei de abastecer a minha dispensa de conservas: atum, massa, ervilhas, grão-de-bico, feijões, etc.
Depois, o mais importante: fiz uma bela panela de sopa que congelámos em doses duplas para uma eventualidade. E assim, nunca nos lembrámos da carne. Só em Junho, o meu querido Príncipe disse um dia “acho que me apetecia uma bolonhesa”. Era um Sábado, então lá fui ao talho em frente a nossa casa, encomendei a carne, arregacei as mangas e pus-me a caminho.
Fiz uma arrabiatta que havíamos comido vezes sem conta durante os meses anteriores mas, para o meu amor, acrescentei a carne. Adorou. Encorajou-me a provar, mas, para ser sincera, depois de quase dois meses sem comer carne, fiquei com dores de barriga a tarde toda.
O meu Avô sempre salientou a importância de sermos independentes, por isso não me identifico como pesquetariana, nem vegetariana, nem vegan. Se for a casa de alguém e não houver absolutamente nenhuma alternativa, sou capaz de comer carne, embora saiba que vou ficar com dores de barriga.
De qualquer maneira, desde pequena, pelas histórias que a Mãe conta e do que me lembro, nunca gostei muito de carne, sempre gostei de sopa e legumes, batata e arroz. Já o meu Príncipe gostava muito de um bom bife, um frango assado, uma bela de uma feijoada.
Por isso, fui encontrando alternativas às comidas de que tanto gosta: caril de legumes é um hit na família, salada grega nos dias de Verão foram um sucesso, couve-flor assada com tomate seco e queijo gratinado, risotto de cogumelos, são alguns dos nossos pratos preferidos.
Tal como na nossa relação, tudo foi acontecendo naturalmente, por tentativa-erro, sempre apoiando um ao outro, com alguns percalços pelo caminho, mas com uma visão por um planeta melhor para os nossos filhos.