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O espaço das pequenas coisas

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07
Out20

Kit de Sobrevivência III - Marcelo Rebelo de Sousa

KS III Marcelo Rebelo de Sousa.png

"Temos de continuar a resistir e vamos continuar a resistir ao medo, ao facilitismo e à tentação de encontrar bodes expiatórios, numa luta que é de todos e não é só de alguns" disse o Presidente da República na cerimónia da comemoração da Implantação da República. Este ano, assinalam-se também os 200 anos da Revolução do Porto, sem a qual não haveria esperança para nada que se assemelhe a uma democracia.


Um dos meus passatempos é a história das famílias reais. Interessa-me sobretudo perceber como as famílias se cruzam ao longo da história europeia e mundial. Por exemplo, o atual Duque de Bragança não é considerado, por muitos, herdeiro legítimo do título de Duque de Bragança, por ser descendente de D. Miguel, o pretendente ao trono absolutista que saiu derrotado da tal importantíssima Revolução do Porto. Em seu lugar, D. Pedro IV ascendeu ao trono, dando, assim, início a uma monarquia liberal, à semelhança do que acontecia pela Europa.


Como sabemos, a nossa República começa oficialmente a 5 de Outubro de 1910, há precisamente 110 anos, embora anteriormente tenha existido uma espécie de coup d'État no Porto, a 31 de Janeiro de 1891. Embora não seja oficial, de uma forma geral poder-se-ia assumir que a República começa o seu longo percurso com o Regicídio, a 1 de Fevereiro de 1908, o que, convenhamos, não augurava bom caminho para esta I República. É verdade que os primeiros anos da República foram bastante conturbados, com vários governos, primeiros-ministros e muitíssima instabilidade política.


Depois veio a ditadura, e nem seria possível eu estar a escrever este texto, centenas de pessoas mortas, outras exiladas e outras tantas cujo paradeiro é desconhecido. O lápis azul que censurava tudo o levantasse a mínima suspeita ou crítica e ainda assim as canções de Zeca Afonso ou o humor de Raul Solnado animaram os corações das pessoas como Ricardo Araújo Pereira anima hoje os nossos (ver crónica anterior "Isto é gozar com quem trabalha"). Lamentavelmente, não importava a idade: adolescentes, jovens, adultos ou idosos, podiam ser arrastados para a PIDE para uma "conversa" por tempo indeterminado. Hoje os seus processos podem ser consultados na Torre do Tombo.


Finalmente, naquele dia de 25 de Abril de 1974, quando soou “Grândola Vila Morena” na rádio, alguns rebeldes militares lideraram a Revolução dos Cravos, rumo à Liberdade, à Democracia, à Paz. Muitas coisas se passaram desde então, as primeiras eleições livres, a Constituição, para a qual o nosso atual Presidente da República contribuiu largamente, a adesão à União Europeia, a PAC, a Guerra em Timor-Leste, o 11 de Setembro, a Guerra do Iraque, a instabilidade política em Portugal, a recuperação da Economia…

 

…o Covid. Ninguém sabe o que irá acontecer nos próximos meses, anos, décadas, mas, tal como disse Marcelo Rebelo de Sousa, no discurso do 5 de Outubro, temos de continuar a resistir ao medo, tomando precauções, cuidando de nós e uns dos outros. Este é o Caminho.

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